As bactérias são os seres mais
numerosos do planeta, porém, só foram descobertas em 1683, por acaso, por Arton
van Leeuwenhoek. Ele era um negociante
holandês de tecidos, que tinha como passatempo polir lentes e construir
microscópios. Então, observando resíduos tirados dos próprios dentes, ele
observou seres muito pequenos, parecidos com bastões. Em suas descrições, ele
refere-se a esses seres como “animálculos”, que em latim significa “pequenos
animais”.
As bactérias são encontradas em
todos os ecossistemas da terra. São geralmente menores do que 8 micrômetros de
comprimento (um micrômetro é igual a 0,001 milímetro).
As
diferentes formas das bactérias
As bactérias possuem diferentes
formas. São divididas em:
Espirilo: tem forma
espiralada, com várias espirais;
Leptospira interrogans
Coco:
tem forma arredondada;
Neisseria gonorrhoeae
Neisseria meningitidis
Streptococcus pneumoniae
Vibrião: tem forma de vírgula;
Vibrio cholarea
Bacilo: tem
forma de bastonete.
Mycobacterium tuberculosis
Mycobacterium leprae
Corynebacterium diphtheriae
Clostridium tetani
Nutrição das
bactérias
As bactérias podem ser autótrofas ou heterótrofas. As
autótrofas são relativamente raras; elas são capazes de produzir as substâncias
orgânicas (açúcares, gordura, proteínas) de que necessitam utilizando
substâncias minerais do ambiente. Algumas bactérias autótrofas fazem
fotossíntese, como as cianobactérias. As heterótrofas são muito mais abundantes;
elas obtêm de outros seres vivos ou de restos orgânicos o alimento que
necessitam.
Respiração
Quanto à respiração, as
bactérias são divididas em aeróbias e anaeróbias. As bactérias aeróbias são
aquelas que dependem do oxigênio do ar na respiração para conseguir energia. E
as bactérias anaeróbias são aquelas que não dependem do oxigênio para conseguir
energia. Elas utilizam um processo conhecido como fermentação. A fermentação
feita por essas bactérias é aproveitada para a fabricação de iogurtes, queijos
e vinhos, por exemplo.
Reprodução
As bactérias conseguem se reproduzir muito rapidamente.
Podem gerar milhares de descendentes em apenas uma hora. Elas se reproduzem
tanto assexuadamente quando sexuadamente.
Na reprodução assexuada, acontece a divisão por
cissiparidade, também chamada de divisão simples ou bipartição. Cada bactéria
divide-se em duas outras bactérias geneticamente iguais, quando não ocorrem
mutações.
Na reprodução sexuada, as bactérias trocam seu material
genético, se unindo pelo frímbias. A bactéria doadora injeta parte de seu
material genético na outra, a bactéria receptora. Então, as duas bactérias
separam-se e no interior da bactéria receptora, ocorrem recombinações
genéticas. Por isso, há mais chances de ocorrer mutações. Essa forma de
reprodução é chamada de conjugação.
CIANOBACTÉRIAS
As cianobactérias, também conhecidas como cianofíceas ou
algas azuis, são bactérias autótrofas fotossintetizantes. Elas são encontradas
em água doce, água salgada, solos úmidos, em troncos de árvores e recobrindo
superfícies rochosas. Podem viver isoladas ou formar colônias. São consideradas
os mais antigos seres vivos do nosso planeta, e também os mais antigos fósseis
conhecidos, possuem cerca de 3,5 bilhões de anos.
As cianobactérias não possuem cloroplasto, como os
vegetais, mas possuem clorofila e outros tipos de pigmentos. De acordo com a
proporção dos pigmentos, as cianobactérias podem ter coloração azulada,
esverdeada, amarelada, avermelhada, entre outras.
Nostoc
Anabaena
Gloeocapsa
Oscillatoria
Quando uma colônia de cianobactérias cresce, ela forma um
estromatólito. Estromatólitos são rochas formadas por um tapete de calcário
produzido pelas células bacterianas da colônia, no fundo de mares rasos ou
lagos salgados. O acúmulo de carbonatos (calcita, calcita magnesiana e
dolomita) forma uma estrutura semelhante a um domo sobre uma coluna, parecendo
um recife.
Os estromatólitos são formados pelos primeiros seres a
realizar fotossíntese, por isso, foram responsáveis pela produção de oxigênio
do planeta. A acumulação desse oxigênio transformou-se na camada de ozônio, o
que possibilitou o aparecimento de muitos outros organismos, como os seres
eucariontes.
Estromatólitos
Algumas cianobactérias, como as do gênero Nostoc e Rhyzobium, são capazes de fixar o gás nitrogênio atmosférico e
realizar fotossíntese. Fazendo isso, esses seres conseguem sobreviver em
ambientes inóspitos, onde outros grupos de seres vivos normalmente não
conseguem se desenvolver.
A importância das
bactérias
As bactérias são de extrema
importância não só para os seres humanos, mas para o meio ambiente também. As
bactérias decompositoras, juntamente com a maioria dos fungos, atuam na
natureza decompondo organismos mortos. Elas nutrem-se das substâncias desses
organismos ou de seus resíduos. Os seres vivos que desempenham essa função são
chamados de sapróbios, saprófagos ou saprófitos. “Saprós”, em grego, significa
“podre”. Na decomposição, as substâncias orgânicas são transformadas em
substâncias minerais, como gás carbônico, água e sais minerais.
Existem também
bactérias que capturam o gás nitrogênio atmosférico e o transformam em sais
nitrogenados. Essas bactérias vivem associadas às raízes de leguminosas. Então,
as leguminosas absorvem esses sais. Dessa forma, as bactérias atuam como uma
“fonte de adubo” para as leguminosas.
Para os humanos, as bactérias são muito importantes na
indústria alimentícia e farmacêutica principalmente. Certas bactérias são usadas
na fabricação de produtos como queijos, iogurtes, vinagres e vinhos. Elas
fermentam os alimentos. Na indústria farmacêutica, as bactérias são utilizadas
para a fabricação de antibióticos.
Produção de iogurte, antibiótico
e vinho, respectivamente
As bactérias e a
engenharia genética
“Biotecnologia
(do grego bios: vida; techno: técnica; logos: estudo) é o estudo das técnicas e dos processos biológicos
associados à obtenção de produtos de uso e interesse humano.
Um dos mais promissores ramos da biotecnologia atual é a
engenharia genética: o conjunto das técnicas envolvidas com a manipulação do
DNA.
A engenharia genética desenvolveu técnicas capazes de
transferir genes de um ser vivo para outro. Por exemplo, quando o gene
responsável pela produção do hormônio insulina em seres humanos é transplantado
para o interior de certas bactérias, elas passam a produzir o mesmo hormônio,
seguindo a “receita” determinada pelo gene humano.
Multiplicando-se em meios de cultura, em laboratório, as
bactérias dão origem a milhões de outras bactérias, que herdam seu material
genético, inclusive o gene humano transplantado. Assim, uma grande quantidade
de bactérias passa a produzir insulina de maneira relativamente rápida e
barata.
Esse é um exemplo de como os cientistas podem dirigir o
“comportamento” de bactérias geneticamente modificadas para fins previamente
definidos.
As bactérias portadoras de genes transplantados atuam
como “fábricas” a serviço dos interesses humanos. Com o uso de bactérias
geneticamente modificadas, os seres humanos conseguem atualmente obter
hormônios e outros produtos para seu próprio benefício.
Antes da engenharia genética, por exemplo, as pessoas com
diabetes melito - doença em que a produção de insulo pelo pâncreas é
insuficiente – recebiam insulina, quando necessário, que era extraída de
animais como vacas e porcos. Porém, alguns diabéticos são alérgicos à insulina
desses animais. Com a engenharia genética, esse problema deixou de existir: as
bactérias produzem insulina humana, já que a produção desse hormônio nas
bactérias é comandada pelo gene humano nelas transplantado.”
Fonte: p.78 Ciências- Os Seres Vivos
Texto por:
Raquel
Imagens
retiradas da Internet
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